APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA
APRENDIZAGEM
BENTO, Andréia Jaques; SOUZA, Josiane
Ristof; Ferreira, Márcia Maria da Silva; SHWADE, Marlise Gisele de Souza
Ferreira.
RESUMO
O presente artigo teve como objetivo conhecer através do lúdico como
facilitara aprendizagem na sala de aula. Para alcançarmos tais objetivos e
conseguirmos as informações e dados necessários para mostrar o quanto o
“lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no
desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e
futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, saber se os
professores atuantes têm conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e a
“brinquedoteca” e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a aprendizagem
e o desenvolvimento da criança. A partir disso, mostraremos a importância do
“lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras podem ser
importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das crianças. De
acordo com os dados obtidos, constatamos que o lúdico exerce um papel
importante na aprendizagem das crianças, onde 96,1% dos professores responderam
que é possível reunir dentro da mesma situação o brincar e o educar.
Identificamos que 76,92% dos professores possuem conhecimentos acerca do tema.
A partir do exposto concluiu que a maioria dos professores “obtém” certo
conhecimento sobre o tema, porém observamos a necessidade tanto nas escolas
públicas quanto provadas, uma maior conscientização no sentido de desmistificar
o papel do “brincar”, que não é apenas um mero passatempo, mas sim objeto de
grande valia na aprendizagem e no desenvolvimento das crianças.
• O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço
espontâneo.
Verificamos, além disso, que 88,4% dos entrevistados afirmaram a existência de
um espaço determinado para a utilização de brincadeiras na escola. E por fim,
identificamos que 76,92% dos professores possuem uma percepção adequada em
relação ao lúdico de acordo com os autores pesquisados.
INTRODUÇÃO
Este trabalho visa relatar os dados
obtidos através da realização de uma pesquisa sobre o tema Aprender brincando:
o lúdico na aprendizagem, que foi realizada com vinte e seis professores, de
ambos os sexos, sendo dois do sexo masculino e vinte e quatro do sexo feminino,
em escolas particulares e públicas, com o objetivo de coletar dados a respeito
da importância do lúdico como facilitador da aprendizagem.
A ludicidade é assunto que tem
conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil,
por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho
pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do
desenvolvimento.
Independentemente de época, cultura e
classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas
vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a
realidade e o faz-de-conta se confundem, apesar de a história de antigas
civilizações mostrar o contrário, fazendo o brincar se transformar em pecado.
Nas sociedades de mudanças aceleradas
em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas, pois é o
individuo a unidade básica de mudança. A utilização de brincadeiras e jogos no
processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a
enfrentarem os desafios que lhe surgirem. Esta pesquisa irá mostrar o quanto o
“lúdico” pode ser um instrumento indispensável na aprendizagem, no
desenvolvimento e na vida das crianças, tornar evidente que os professores e
futuros professores devem e precisam tomar consciência disso, saber se os
professores atuantes têm conhecimento de alguns conceitos, como o “lúdico” e a
“brinquedoteca” e muitas outras questões sobre a relação do brincar com a
aprendizagem e o desenvolvimento da criança.
A escolha do tema justifica-se pelo
fato de que os resultados da educação, apesar de todos os seus projetos, continuam
insatisfatórios, percebendo-se a necessidade de mudanças no âmbito educacional.
Nesse sentido o lúdico pode contribuir de forma significativa para o
desenvolvimento do ser humano, seja ele de qualquer idade, auxiliando não só na
aprendizagem, mas também no desenvolvimento social, pessoal e cultural,
facilitando no processo de socialização, comunicação, expressão e construção do
pensamento. Vale ressaltar, porém, que o lúdico não é a única alternativa para
a melhoria no intercambio ensino-aprendizagem, mas é uma ponte que auxilia na
melhoria dos resultados por parte dos educadores interessados em promover
mudanças.
A partir disso, vamos tornar evidente a
importância do “lúdico” e como ele, os jogos, os brinquedos e as brincadeiras
podem ser importantes para o desenvolvimento e para a aprendizagem das
crianças.
1. APRENDER BRINCANDO: O LÚDICO NA APRENDIZAGEM
Neste trabalho iremos explanar algumas
definições importantes acerca do jogo no processo de aprendizagem, diferenciar
o jogo, da brincadeira e do brinquedo, mostrando sua importância, e discorrer
sobre a importância do lúdico no processo de ensino-aprendizagem.
1.1 O jogo no processo de aprendizagem
O brincar e o jogar são atos
indispensáveis à saúde física, emocional e intelectual e sempre estiveram
presentes em qualquer povo desde os mais remotos tempo. Através deles, a
criança desenvolvem a linguagem, o pensamento, a socialização, a iniciativa e a
auto-estima, preparando-se para ser um cidadão capaz de enfrentar desafios e
participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas suas diversas formas,
auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no desenvolvimento psicomotor,
isto é, no desenvolvimento da motricidade fina e ampla, bem como no
desenvolvimento de habilidades do pensamento, como a imaginação, a
interpretação, a tomada de decisão, a criatividade, o levantamento de
hipóteses, a obtenção e organização de dados e a aplicação dos fatos e dos
princípios a novas situações que, por sua vez, acontecem quando jogamos, quando
obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa competição, etc.
(CAMPOS)
Segundo PIAGET (1967)citado por , “o
jogo não pode ser visto apenas como divertimento ou brincadeira para desgastar
energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral”.
Através dele se processa a construção de conhecimento, principalmente nos
períodos sensório-motor e pré-operatório. Agindo sobre os objetos, as crianças,
desde pequenas, estruturam seu espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de
casualidade, chegando à representação e, finalmente, à lógica. As crianças
ficam mais motivadas para usar a inteligência, pois querem jogar bem,
esforçam-se para superar obstáculos tanto cognitivos como emocionais.
O jogo não é simplesmente um
“passatempo” para distrair os alunos, ao contrário, corresponde a uma profunda
exigência do organismo e ocupa lugar de extraordinária importância na educação
escolar. Estimula o crescimento e o desenvolvimento, a coordenação muscular, as
faculdades intelectuais, a iniciativa individual, favorecendo o advento e o
progresso da palavra. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do
ambiente em que se vive. Através do jogo o indivíduo pode brincar naturalmente,
testar hipóteses, explorar toda a sua espontaneidade criativa. O jogo é
essencial para que a criança manifeste sua criatividade, utilizando suas
potencialidades de maneira integral. É somente sendo criativo que a criança
descobre seu próprio eu (TEZANI, 2004).
O jogo é mais importante das atividades
da infância, pois a criança necessita brincar, jogar, criar e inventar para
manter seu equilíbrio com o mundo. A importância da inserção e utilização dos
brinquedos, jogos e brincadeiras na prática pedagógica é uma realidade que se
impõe ao professor. Brinquedos não devem ser explorados só para lazer, mas
também como elementos bastantes enriquecedores para promover a aprendizagem.
Através dos jogos e brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas
dificuldades de aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os
professores precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz
enormes contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e
pensar. (CAMPOS)
1.2 Brinquedo, brincadeira e jogo
Em todos os tempos, para todos os
povos, os brinquedos evocam as mais sublimes lembranças. São objetos mágicos,
que vão passando de geração a geração, com um incrível poder de encantar
crianças e adultos. (VELASCO, 1996)
Diferindo do jogo, o brinquedo supõe
uma relação intima com a criança e uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a
ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. (KISHIMOTO,
1994)
O brinquedo contém sempre uma
referência ao tempo de infância do adulto com representações vinculadas pela
memória e imaginações. O vocábulo “brinquedo” não pode ser reduzido à
pluralidade de sentidos do jogo, pois conota a criança e tem uma dimensão
material, cultural e técnica. Enquanto objeto, é sempre suporte de brincadeira.
O brinquedo é a oportunidade de
desenvolvimento. Brincando, a criança experimenta, descobre, inventa, aprende e
confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a autoconfiança e a
autonomia, proporcionam o desenvolvimento da linguagem, do pensamento e da
concentração e da atenção.
O brinquedo traduz o real para a realidade
infantil. Suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos adultos,
diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua inteligência e
sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de oportunidade que
estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e de brinquedos
garante que suas potencialidades e sua afetividade se harmonizem.
Para Vygotsky (1994) citado por
OLIVEIRA, DIAS, ROAZZI (2003), o prazer não pode ser considerado a
característica definidora do brinquedo, como muitos pensam. O brinquedo na
verdade, preenche necessidades, entendendo-se estas necessidades como motivos
que impelem a criança à ação. São exatamente estas necessidades que fazem a
criança avançar em seu desenvolvimento.
A brincadeira é alguma forma de
divertimento típico da infância, isto é, uma atividade natural da criança, que
não implica em compromissos, planejamento e seriedade e que envolve
comportamentos espontâneos e geradores de prazer. Brincando a criança se
diverte, faz exercícios, constrói seu conhecimento e aprende a conviver com
seus amiguinhos.
A brincadeira transmitida à criança
através de seus próprios familiares, de forma expressiva, de uma geração a
outra, ou pode ser aprendida pela criança de forma espontânea (MALUF,2003).
É a ação que a criança desempenha ao
concretizar as regras de jogo, ao mergulhar na ação lúdica. Pode-se dizer que é
o lúdico em ação. Dessa
forma brinquedo e brincadeira relacionam-se diretamente com a criança e não se
confundem com o jogo (KISHMOTO, 1994).
Para a criança, a brincadeira gira em
torno da espontaneidade e da imaginação. Não depende de regras, de formas
rigidamente estruturadas. Para surgir basta uma bola, um espaço para correr ou
um risco no chão (VELASCO, 1996).
Segundo VYGOTSKY, a brincadeira possui
três características: a imaginação, a imitação e a regra. Elas estão presentes
em todos os tipos de brincadeiras infantis, tanto nas tradicionais, naquelas de
faz-de-conta, como ainda nas que exigem regras (BERTOLDO, RUSCHEL).
A brincadeira não é um mero passatempo,
ela ajuda no desenvolvimento das crianças, promovendo processos de socialização
e descoberta do mundo (MALUF, 2003).
O jogo pode ser visto como: resultado
de um sistema lingüístico que funciona dentro de um contexto social; um sistema
de regras e um objeto.
No primeiro caso, o sentido do jogo
depende da linguagem de cada contexto social. Enquanto fato social, o jogo
assume a imagem, o sentido que cada sociedade lhe atribui. É este aspecto que
nos mostra porque, dependendo do lugar e da época, os jogos assumem
significações distintas.
No segundo caso, um sistema de regras
permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura seqüencial que especifica
sua modalidade. Tais estruturas seqüenciais de regras permitem diferenciar cada
jogo, ou seja, quando alguém joga, esta executando as regras do jogo e, ao
mesmo tempo, desenvolvendo uma atividade lúdica. O terceiro sentido refere-se
ao jogo enquanto objeto.
Os três aspectos citados permitem uma
primeira compreensão do jogo, diferenciando significados atribuídos por
culturas diferentes, pelas regras e objetos que o caracterizam.
Através do jogo a criança: libera e
canaliza suas energias; tem o poder de transformar uma realidade difícil;
propicia condições de liberação da fantasia; é uma grande fonte de prazer. O
jogo é, por excelência, integrador, há sempre um caráter de novidade, o que é
fundamental para despertar o interesse da criança, e à medida em que joga ela
vai conhecendo melhor, construindo interiormente o seu mundo. Esta atividade é
um dos meios propícios à construção do conhecimento.
O lúdico tem sua origem na palavra
latina "ludus" que quer dizer "jogo”. Se se achasse confinado a
sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao jogar, ao brincar, ao
movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido como traço essencial de
psicofisiologia do comportamento humano. De modo que a definição deixou de ser
o simples sinônimo de jogo. As implicações da necessidade lúdica extrapolaram
as demarcações do brincar espontâneo. (ALMEIDA)
O Lúdico apresenta valores específicos
para todas as fases da vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência
a finalidade é essencialmente pedagógica. A criança e mesmo o jovem opõe uma
resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é lúdica, não é
prazerosa. (NEVES)
Segundo PIAGET, o desenvolvimento da
criança acontece através do lúdico. Ela precisa brincar para crescer, precisa
do jogo como forma de equilibração com o mundo (BARROS).
Para VITAL DIDONET “é uma verdade que o
brinquedo é apenas um suporte do jogo, do brincar, e que é possível brincar com
a imaginação. Mas é verdade, também, que sem o brinquedo é muito mais difícil
realizar a atividade lúdica, porque é ele que permite simular situações”.
(BERTOLDO, RUSCHEL)
A ludicidade, tão importante para a
saúde mental do ser humano é um espaço que merece atenção dos pais e
educadores, pois é o espaço para expressão mais genuína do ser, é o espaço e o
direito de toda a criança para o exercício da relação afetiva com o mundo, com
as pessoas e com os objetos.
O lúdico possibilita o estudo da
relação da criança com o mundo externo, integrando estudos específicos sobre a
importância do lúdico na formação da personalidade. Através da atividade lúdica
e do jogo, a criança forma conceitos, seleciona idéias, estabelece relações
lógicas, integra percepções, faz estimativas compatíveis com o crescimento
físico e desenvolvimento e, o que é mais importante, vai se socializando.
A convivência de forma lúdica e
prazerosa com a aprendizagem proporcionará a criança estabelecer relações
cognitivas às experiências vivenciadas, bem como relacioná-la as demais
produções culturais e simbólicas conforme procedimentos metodológicos
compatíveis a essa prática.
De acordo com Nunes, a ludicidade é uma
atividade que tem valor educacional intrínseco, mas além desse valor, que lhe é
inerente, ela tem sido utilizada como recurso pedagógico. Segundo Teixeira 1995
(apud NUNES), várias são as razões que levam os educadores a recorrer às
atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no processo de
ensino-aprendizagem:
• As atividades lúdicas correspondem a
um impulso natural da criança, e neste sentido, satisfazem uma necessidade
interior, pois o ser humano apresenta uma tendência lúdica;
Ele é considerado prazeroso, devido a
sua capacidade de absorver o indivíduo de forma intensa e total, criando um
clima de entusiasmo. É este aspecto de envolvimento emocional que o torna uma
atividade com forte teor motivacional, capaz de gerar um estado de vibração e
euforia. Em virtude desta atmosfera de prazer dentro da qual se desenrola, a
ludicidade é portadora de um interesse intrínseco, canalizando as energias no
sentido de um esforço total para consecução de seu objetivo. Portanto, as
atividades lúdicas são excitantes, mas também requerem um esforço voluntário;
• As situações lúdicas mobilizam
esquemas mentais. Sendo uma atividade física e mental, a ludicidade aciona e
ativa as funções psico-neurológicas e as operações mentais, estimulando o
pensamento.
Em geral, o elemento que separa um jogo
pedagógico de um outro de caráter apenas lúdico é este: desenvolve-se o jogo
pedagógico com a intenção de provocar aprendizagem significativa, estimular a
construção de novo conhecimento e principalmente despertar o desenvolvimento de
uma habilidade operatória, ou seja, o desenvolvimento de uma aptidão ou
capacidade cognitiva e apreciativa específica que possibilita a compreensão e a
intervenção do indivíduo nos fenômenos sociais e culturais e que o ajude a
construir conexões. (NUNES)
II MATERIAL E MÉTODOS
2.1 População e Amostra
A pesquisa foi realizada com a
participação 26 professores que lecionam da 1ª a 4ª série, de três escolas
particulares e três escolas públicas, onde foram entrevistados, 17 professores
de escolas particulares, e 9 professores de escolas públicas do município de
João Pessoa, de ambos os sexos, com idade variando entre 19 e 52 anos.
2.2 Instrumento
Para alcançarmos os objetivos da
pesquisa, e conseguirmos as informações e dados necessários, será indispensável
à utilização de alguns procedimentos, que são a consulta bibliográfica, pois
precisamos obter embasamento teórico a fim de nos aprofundarmos sobre o tema
escolhido, e a aplicação de questionários semi-estruturados, contendo quatro
questões subjetivas e cinco questões objetivas. Para que assim possamos obter a
opinião, e averiguar o nível de conhecimento sobre o assunto abordado, dos
professores atuantes no campo de trabalho relacionado à educação infantil.
2.3 Local da Pesquisa
A pesquisa foi realizada em três
escolas públicas e três escolas particulares da cidade de João Pessoa.
III ANALISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
Utilizamos como instrumento de pesquisa
um questionário, para a obtenção dos dados, contendo questões objetivas e
subjetivas, contemplando aspectos como a importância do lúdico, o que os
professores utilizam em sala de aula, e se os mesmos acreditam no significado do
aprender brincando. Os dados foram elaborados através do programa Microsoft
Word. Onde obtivemos os dados abaixo citados:
Utilizando como conceito de lúdico como
sendo: “A palavra lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Neste brincar
estão incluídos os jogos, brinquedos e divertimento e é relativa também à
conduta daquele que joga, brinca e que se diverte”.
Pode-se observar que dos 26
entrevistados 76,92% responderam que o lúdico está relacionado com o jogo,
brinquedo ou brincadeira; 11,53% das respostas foram consideradas não
significativas de acordo com os autores aqui citados a respeito do que seria o
lúdico; 7,69% responderam que o lúdico está relacionado com o diferenciamento
entre cores e formas e 3,84% relacionaram o lúdico com a criatividade e a
imaginação.
De acordo com as respostas obtidas, foi
possível observar que 88,4% dos entrevistados responderam que Sim, que existe
um espaço determinado para a utilização de brincadeiras, e 11,6% disserem que
Não existe espaço.
Das vinte e seis pessoas, 84,6%
responderam que as brincadeiras mais freqüentes na escola são os jogos
educativos, que incluem massinha de modelar, ábaco, dominó, dama, jogos
matemáticos, quebra-cabeça e jogos de memória. 34,6% citaram artes, 30,7%
disseram amarelinha; 26,9% Educação física e 23,07% citaram Música.
Utilizamos como conceito de brincadeira
para melhor relacionar as respostas, como sendo “A brincadeira é alguma forma
de divertimento típico da infância, isto é, uma atividade natural da criança,
que não implica em compromissos, planejamento e seriedade, e que ajuda no
desenvolvimento e na socialização” (VELASCO e KISHMOTO).
Tendo em vista que o termo brincadeira
é muito amplo e dá margem a várias definições, não foi possível categorizar as
definições. Porém, escolhemos aleatoriamente três respostas significativas para
comparar com as definições dos autores escolhidos: “ A brincadeira é uma
atividade que deve fazer parte do cotidiano da criança para que ela possa ter
um desenvolvimento motor e social sadio”; “ Brincar é aprender a se relacionar
com os colegas e a descobrir o mundo à sua volta”; “Uma forma de levar as
crianças a desopilarem e de desenvolver a sua capacidade mental e corporal.”
De acordo com os autores estudados a
Brinquedoteca “É o espaço criado com o objetivo de proporcionar estímulos para
que a criança possa brincar livremente” (SANTOS, 1999). Para categorizar as
respostas utilizamos como base o conceito citado acima.
Dos vinte e seis entrevistados 92,4%
respondeu que a Brinquedoteca é um espaço onde a criança brinca; 3,8%
responderam que estaria voltado para a preparação dos professores e 3,8% das
pessoas não soube responder.
Em grau de importância, 61,5% dos
entrevistados, responderam que a brincadeira tem grau importantíssimo na
aprendizagem da criança; 30,8% responderam que é muito importante a brincadeira
e 7,7% disse ser importante.
De acordo com as respostas obtidas,
80,8% dos professores responderam que seus alunos brincam muito na escola; 7,7%
disseram que eles brincam às vezes; 3,8% responderam que brincam muito pouco,
3,8% brincam muitíssimo e 3,8% responderam que as crianças brincam pouco na
escola.
Em relação se o jogo deveria estar
presente nas fases do desenvolvimento da criança, 88,5% dos entrevistados
responderam que Sim e 11,5% responderam que não devem estar presente. Por
ultimo, dos entrevistados 96,1% responderam que seria possível reunir em uma
mesma situação o brincar e o educar, enquanto que 3,9% responderam que às vezes
é possível reuni-los.
IV CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Pesquisa realizada sobre “Aprender
Brincando: o lúdico na aprendizagem” foi de grande importância, enriquecendo
nossa vida acadêmica e nosso futuro profissional.
De acordo com os dados obtidos a partir
da visão dos entrevistados, constatamos que o lúdico exerce um papel importante
na aprendizagem das crianças, onde 96,1% dos professores responderam que é
possível reunir dentro da mesma situação o brincar e o educar.
A partir do exposto pudemos concluir
que a maioria dos professores “obtém” certo conhecimento sobre o tema, porém
observamos ainda que é necessário tanto nas escolas públicas quanto provadas,
uma maior conscientização no sentido de desmistificar o papel do “brincar”, que
não é apenas um mero passatempo, mas sim um objeto de grande valia na
aprendizagem e no desenvolvimento das crianças.
Sendo assim a escola e, principalmente,
a educação infantil deveria considerar o lúdico como parceiro e utiliza-lo
amplamente para atuar no desenvolvimento e na aprendizagem da criança.
V REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, Anne. Ludicidade como
instrumento pedagógico. Disponível em: http://www.cdof.com.br/recrea22.htm.
Acesso no dia 19 de fevereiro de 2006.
BERTOLDO, Janice Vida; RUSCHEL, Maria
Andrea de Moura. Jogo, Brinquedo e Brincadeira - Uma Revisão Conceitual.
Disponível em: http://www.ufsm.br/gepeis/jogo.htm. Acesso no dia 21 de
fevereiro de 2006.
CAMPOS, Maria Célia Rabello Malta. A
importância do jogo no processo de aprendizagem. Disponível
em:http://www.psicopedagogia.com.br/entrevistas/entrevista.asp?entrID=39.
Acesso no dia 20 de fevereiro de 2006.
KISHIMOTO, T.M. Jogo, Brinquedo,
Brincadeira e a Educação. 6. ed. São Paulo: CORTEZ, 1994.
MALUF, Ângela Cristina Munhoz. A
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http://www.psicopedagogia.com.br/opiniao/opiniao.asp?entrID=132. Acesso no dia
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NEVES, Lisandra Olinda Roberto. O
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http://www.centrorefeducacional.com.br/ludicoint.htm. Acesso no dia 20 de
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NUNES, Ana RaphaellaShemany. O lúdico
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SANTOS, Antonio Carlos dos. Jogos e
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TEZANI, Thaís Cristina Rodrigues. O
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VELASCO, Cacilda Gonçalves. Brincar: o
despertar psicomotor. Rio de Janeiro: Sprint Editora, 1996
POSTADO POR L.S.SIMPLÍCIO
POSTADO POR L.S.SIMPLÍCIO
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