PROBLEMAS
DE APRENDIZAGEM
Eclair de Oliveira Silva
Santos, Márcia Maria da Silva Ferreira,
Maria Aparecida Honorato de Oliveira Nascimento, Miriam Martinez Alcará, Viviane Alves Vieira.
RESUMO
Este trabalho apresenta uma reflexão sobre aspectos relativos às dificuldades de aprendizagem, bem como a importância em estabelecer diretrizes para a resolução dessas dificuldades e a responsabilidade do educador em proporcionar o bom desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem. Durante muito tempo, a criança com dificuldades de aprendizagem, era encaminhada a um especialista para confirmar sua “normalidade”. Conforme fosse o resultado desse diagnóstico, a criança era encaminhada para classes ou escolas especiais que ofereciam um ensino diferenciado, contudo todo esse processo de deslocamento consequentemente também vinha de encontro com um processo de desmotivação por parte da criança, tendo em vista ser necessário um novo processo de adaptação a uma nova estrutura educacional, a novas relações humanas com os colegas, enfim, a todo um retrocesso do intuito de sanar a dificuldades apresentadas pelo aluno. O termo dificuldade de aprendizagem' começou a ser usado na década de 60 e até hoje - na maioria das vezes - é confundido por pais e professores como uma simples desatenção em sala de aula ou 'espírito bagunceiro' das crianças. Mas a dificuldade de aprendizagem refere-se a um distúrbio - que pode ser gerado por uma série de problemas cognitivos ou emocionais - que pode afetar qualquer área do desempenho escolar. Na maioria dos casos é o professor o primeiro a identificar que a criança está com alguma dificuldade, mas os pais e demais membros da família devem ficar atentos ao desenvolvimento e ao comportamento da criança.
Palavras-chave: Dificuldades - Criança - Aprendizagem
Palavras-chave: Dificuldades - Criança - Aprendizagem
INTRODUÇÃO
Segundo
especialistas, as crianças com dificuldades de aprendizagem podem apresentar
desde cedo um maior atraso no desenvolvimento da fala e dos movimentos do que o
considerado 'normal'. Mas os pais têm que ter cuidado para não confundir o
desenvolvimento normal com a dificuldade de aprender.
A
psicóloga Maura Tavares Rech, especialista em psicoterapia infantil, afirma que
"toda a criança tem um processo diferente de desenvolvimento - umas
aprendem a andar mais cedo, outras falam mais cedo - e isso é absolutamente
normal, não existe um 'padrão' de desenvolvimento. Portanto é importante que os
pais respeitem o desenvolvimento geral da criança. Nesta fase o pediatra
torna-se um grande aliado dos pais", diz a psicóloga.
Crianças
com dificuldades de aprendizagem geralmente apresentam desmotivação e incômodo
com as tarefas escolares gerados por um sentimento de incapacidade, que leva à
frustração. Neste caso, a orientação da psicóloga é de "valorizar o que a
criança sabe para fortalecer sua auto-estima". Mostrar para a criança o
quanto ela e boa em tarefas na qual ela tem habilidade e incentivá-la a
desenvolver outras tarefas nas quais ela não é tão boa, é fundamental.
"Os
pais têm que dar segurança e atenção para ensinar a criança a aceitar as
frustrações", diz Maura. Criar um ambiente adequado para que ela
desenvolva o estudo e estabelecer limite de horários para a realização das
tarefas são outras dicas importantes da psicóloga.
Mas não
se deve confundir dificuldade de aprendizagem com falta de vontade de realizar
as tarefas. Maura afirma que problemas de aprendizagem podem ser causados por
uma simples preferência por determinadas disciplinas ou assuntos. "Nestes
casos um professor particular pode, muitas vezes, resolver o problema",
diz ela. Se os pais acreditam que seu filho apresenta dificuldades de
aprendizagem, devem procurar um profissional para receber as orientações. Neste
caso, os psicólogos com especialização em clinica infantil, são os
profissionais adequados para realizar uma avaliação e tratar da criança, se o
problema for gerado por fator emocional. Caso o diagnóstico da criança for
dificuldade cognitiva, a criança deve ser encaminhada para um psicopedagogo que
poderá ajudar no desenvolvimento dos processos de aprendizagem.
Para
obter resultados concretos é preciso ser feito um trabalho em conjunto entre
pais, psicólogos, escolas e professores, que deverão estar envolvidos com um
único objetivo: ajudar a criança. E é imprescindível que os pais conheçam seus
filhos e conversem freqüentemente com eles para que possam detectar quando algo
não vai bem.
FUNÇÃO DA ESCOLA
A
Escola é um dos lugares socialmente instituídos para a criança se inserir na
cultura urbana, para que se relacione com o outro e com o conhecimento. É parte
de uma dinâmica, onde o sujeito organiza e interpreta suas relações com o mundo
interno e externo. É nela que aprendemos, a ler e a escrever, dois objetos
socioculturais fundamentais numa sociedade letrada. Não ler e escrever, hoje,
significa não dispor dos instrumentos básicos para inserção e participação
social, para a constituição da cidadania. A Escola tem um papel realmente
importante na vida de uma pessoa porque é na Escola que começa a ter uma
Educação profissional de qualidade e também é por ela que todo mundo começa a
formar a sua própria opinião e assim poder tomar decisões por contar própria
sem contar que a Escola é responsável por formar profissionais para o mercado
de trabalho. Por meio dela os jovens podem decidir qual vai ser o seu futuro.
O papel
da Escola passa pela porta do conhecimento. É ajudar o ser que está em formação
a viver, a encarar a vida. O papel da educação é de ensinar a enfrentar a
incerteza da vida; é de ensinar o que é o conhecimento, instruir o espírito a
viver e a enfrentar as dificuldades do mundo. Edgar Morin (1921,p 56).
Ela se
situa de forma cada vez mais evidente em meio a um interesse de classes
distintas com necessidades distintas. É vista com vários olhos, tanto como
objeto educacional quanto um refúgio. Muitos pais pensam que a Escola se torna
um meio de estar se livrando dos seus filhos e querem a Escola dêem a Educação
adequada para eles. A incoerência social da Escola é fruto da Incoerência
social da Sociedade, frutos da ganância e ambição de muitos. Como função social
a Escola é um local onde visa a inserção do cidadão na sociedade, através da
interelação pessoal e da capacitação para atuar no grupo que convive. Forma
cidadãos críticos e bem informados, em condições de compreender e atuar no
mundo em que vive.
"É
na Escola que se constrói parte da identidade de ser e pertencer ao mundo; nela
adquirem-se os modelos de aprendizagem, a aquisição de princípios éticos e
morais que permeiam a sociedade; na Escola depositam-se expectativas, bem como
as dúvidas, inseguranças e perspectivas em relação ao futuro e às suas próprias
potencialidades". (BORSA, 2007, p 02).
A
Escola tem um compromisso com a Educação, devendo atuar forma abrangente, não
só tendo como objetivo a instrução. Deve manter uma visão holística, procurando
avaliar, para melhorar, todos os aspetos dos quais o ser humano é constituído.
Deve prover os indivíduos não só, nem principalmente, de conhecimentos, ideias,
habilidades e capacidades formais, mas também, de disposições, atitudes,
interesses e pautas de comportamento. Assim, tem como objetivo básico a
socialização dos alunos para prepará-los para sua incorporação no mundo do
trabalho e que se incorporem à vida adulta e pública. A Escola não foi
inventada nem para o aluno, nem para o professor, nem para o político, nem para
o pedagogo, nem para o sociólogo. A Escola foi inventada para que os que não
sabem possam aprender com os que sabem. Ou seja, para o Ensino.
A
possibilidade de formar o cidadão para o mercado de trabalho e para a vida está
diretamente ligada à freqüência Escolar, à superação das exigências impostas
nas instituições, às adaptações aos ritos de passagem. Portanto, as Escolas
contribuem para que as sociedades se perpetuem, pois transmitem valores morais
que integram as sociedades. Mas elas também podem exercer um papel decisivo nas
mudanças sociais.
A FORMAÇÃO ALUNO
A
educação contemporânea não deve se limitar a formar alunos para dominar
determinados conteúdos, mas sim que saibam pensar, refletir, propor soluções
sobre problemas e questões atuais, trabalhar e cooperar uns com os outros. A
escola deve favorecer a formação de seres críticos e participativos,
conscientes de seu papel nas mudanças sociais.
A
Escola também deve preparar o aluno para o convívio com outros humanos, ensinando-os
a arte da tolerância, dos limites sociais, do direito, das regras sociais de
convivência, do princípio da hierarquia. O conhecimento produzido pela
humanidade traduz-se, na Escola, nas diferentes disciplinas (História,
Geografia, Ciências, Línguas) e deve receber um tratamento didático adequado
para que possa ser assimilado, entendido e recriado pelos alunos.
Educar
uma pessoa que já é educada torna-se uma tarefa árdua, porque, no momento em
que uma criança chega à sala de aula, já é portadora de certos conhecimentos
que adquiriu junto a sua comunidade. Transformar e/ou acrescentar mais
conhecimentos é a tarefa do profissional da Educação que trabalha com esse
indivíduo. Isso se torna difícil, pois apenas se faz o papel de mediador, não
de transformador de conhecimentos. A criança apenas irá complementar sua
sabedoria.
Uma
escola deve favorecer a formação de cidadãos conscientes e atuantes,
possibilitarem o desenvolvimento da capacidade de pensar, raciocinar, descobrir
e resolver problemas, de forma envolvente e que possibilite a satisfação
interna de seus alunos.
Alunos
e professores ao pesquisarem em conjunto aprendem a criticar, a ver mais
claramente, a pensarem em um nível mais elevado. O aluno pode desenvolver uma
consciência critica e cidadã, capaz de identificar as forças de opressão que
estão ao seu redor. O professor desenvolve maior autoridade sobre o seu próprio
trabalho e pensamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aluno
com dificuldade de aprendizagem pode exigir um atendimento variado, incluindo:
aulas particulares, aconselhamento acadêmico especial, desenvolvimento de
habilidades básicas, assistência para organizar e desenvolver habilidades de
estudo adequadas e/ou atendimento psicopedagógico. Alguns alunos com dificuldades
de aprendizagem não exigem o uso extensivo de pessoal técnico, fundos extras ou
a ajuda de professores, mas pode precisar de modificações apropriadas no
programa e subsídios para auxiliá-los. Estes incluem leitores, copiadores,
anotadores, uma prática que lhes garanta mais tempo para realizar trabalhos,
projetos ou testes e, livros ou conferências gravadas.
Para
Fonseca (1995), a criança com dificuldade de aprendizagem não deve ser
“classificada” como deficiente. Trata-se de uma criança normal que aprende de
uma forma diferente, a qual apresenta uma discrepância entre o potencial atual
e o potencial esperado. Não pertence a nenhuma categoria de deficiência, não
sendo sequer uma deficiência mental, pois possui um potencial cognitivo que não
é realizado em termos de aproveitamento educacional.
Diante
das situações de desafio que a criança aprende a construir seus conhecimentos
que devem ser desbloqueados dentro das possibilidades tanto da família, como da
escola.
Entender
estes anseios da escola como um pilar do conhecimento e saber cultural de um
povo que tem por finalidade ofertar ao individuo todo este cabedal de historia
faz com que ela se coloque em dados momentos inquisitório do aluno que não
alcança este primor, mas a põe diante de um dilema crucial incluir ou excluir o
diferente?
A
relação destes dois contextos se interpõe e se conflita na tentativa de se
achar um denominador comum que venha beneficiar o aluno.
Precisamos
modificar metodologias, ideias e desmistificar o medo ao novo, ao diferente
procurando dentro de conhecimentos inovadores a cultura do sucesso deste aluno.
Se o
aluno for estimulado a desenvolver suas potencialidades, suas habilidades indo
de encontro ao seu sucesso escolar são de grande valia seu estudo.
A
dificuldade de aprendizagem deve apontar estratégias que possam possibilitar um
bom rendimento do aluno partindo de uma investigação junto à família e também
ao seu contexto escolar, desde suas relações com colegas, professor e das
metodologias adotadas dentro das práticas escolares, uma vez que esta relação
não se dá no vazio.
A
escola precisa buscar não somente os seus interesses, mas que descubra nas suas
características e resistências mecanismos para não culpar a criança pelo seu
fracasso escolar. A escola precisa ser escola, e assim se tornar um lugar de
desenvolvimento humano, de humanização. A escola deve ser uma referência de
esperança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, L. M. S. A Evolução da
escrita na humanidade e o processo de aquisição da linguagem escrita. Campinas:
Material digitado e apostilado, 1987.
BELLEBONI, Aline Berghetti
Simoni. Qual o Papel da Escola Frente às Dificuldades de Aprendizagem de Seus
Alunos? Disponível em:http://www.profala.com/arteducesp72.htm.
Acesso em: 29 de Outubro de 2011.
BORSA, Juliane Callegaro. O
Papel da Escola no Processo de socialização infantil.
Disponível em:
www.psicologia.com.pt/artigos/textos/A0351.pdf. Acesso em: 29 de Outubro de
2011.
CAMPOS. Shirley de.
Dificuldades na aprendizagem. 15 jun. 2003. Disponível em: . Acesso em: B04
novembro 2011.
DAVIS, Cláudia. Psicologia na
Educação. São Paulo, Ed. Cortez, 1991.
Postado por: E.M.S. Neves
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