IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA E DA ESCOLA PARA
CRIANÇAS COM ALTAS HABILIDADES
Ana Cristina de Almeida
Oliveira Pinheiro, Eclair de Oliveira Silva Santos, Maria Aparecida Honorato de
Oliveira Nascimento, Miriam Martinez Alcará
RESUMO:
O Presente trabalho tem como objetivo contribuir para
os professores, a reflexão sobre os alunos com altas habilidades que
simultaneamente respeite as diferenças de aprendizagem individuais e promova
oportunidades diversificadas, por meio do entrelace entre a educação comum e a
educação especial. A seguir foram
abordados aspectos familiares e ambientais que influenciam o surgimento das
altas habilidades, das ações e reações da família e da escola diante do
fenômeno das altas habilidades e enfatizou-se a importância da escola e família
no desenvolvimento das altas habilidades, nas mudanças das políticas
educacionais e no convívio social.
Palavras-chave: altas habilidade, inclusão, educação inclusiva;
INTRODUÇÃO
O Conceito de “necessidades educacionais especiais” começou a ser
empregado nos anos 60, mas inicialmente não foi capaz de modificar os esquemas
vigentes na educação especial. (ALENCAR, FLEITH, 2001).
A inteligência considerada enquanto
construto a ser definido e capacidade a ser medida, deixa, então de pertencer a
um grupo específico de estudiosos que a vêem por uma perspectiva estritamente
psicométrica (GARDNER, 1999). Dessa forma, avaliar o desenvolvimento do aluno
em várias áreas e verificar a profundidade e complexidade de suas habilidades
não compreende apenas a determinação de um fator quantitativo das áreas,
normalmente, investigadas pelos testes de Q.I.
No Brasil, apesar de muitas dificuldades,
algumas iniciativas importantes numa tentativa de prestar o devido atendimento
aos alunos e suas famílias, através de programas específicos que contem com
intervenções pedagógicas que levem em conta as peculiaridades e necessidades
sócio-educacionais especiais apresentadas por estes alunos. Favorecer o
desenvolvimento das habilidades superiores nos alunos tem atraído a atenção
crescente, tanto por parte das autoridades responsáveis pela política
educacional, como de educadores e pesquisadores de diversas áreas (Alencar e Fleith, 2001).
Para que estes atendimentos sejam
possíveis, são necessárias algumas providências tais como a estruturação de
avaliações cognitivas mais abrangentes e criteriosas dos alunos para
identificar claramente suas habilidades nos mais diferentes domínios e
trabalhar com alternativas mais motivadoras e compatíveis. A sistematização de
procedimentos para a avaliação deve levar em conta todo o processo composto por
avaliação; observação e acompanhamento não se atendo, apenas, ao resultado do
rendimento escolar do aluno (SABATELLA, 1995)
As discussões não se restringem apenas ao
valor dos testes de Q.I, mas sim aos critérios frente ao seu uso indiscriminado
ou mesmo isolado (VIRGOLIM, 1997). Uma avaliação cognitiva deve levar em conta
as competências dos alunos, bem como suas aspirações e realizações pessoais,
também o seu meio sócio-familiar e suas características psicológica e
educacional, integrando tais fatores como um meio de favorecer a devida
elaboração de alternativas de intervenção pedagógica. (SABATELLA, 1995)
Vários estudos destacam a importância da
família para a manifestação, desenvolvimento e reconhecimento de crianças com
altas habilidades. O desenvolvimento de comportamentos de altas habilidades
impõe novos desafios e demandas aos próprios indivíduos e seus familiares, que,
em algumas ocasiões, não possuem o esclarecimento necessário para atendê-las (Alencar e Fleith, 2001).
A análise crítica poderá suscitar a
realização de outras pesquisas sobre a participação da família no processo de
desenvolvimento. Além disso, os esclarecimentos deste ensaio poderão auxiliar a
elaboração e implementação de programas de atendimento a indivíduos com altas
habilidades e suas respectivas famílias. (SABATELLA, 1995).
Assim, neste
trabalho foi dado enfoque ao fenômeno das altas habilidades situando aspectos
familiares e escolares que contribuem no desenvolvimento dessas habilidades,
enfatizando fatores comportamentais.
Inclusão de
pessoas com altas habilidades
O direito de toda criança à educação, consignado pela
Declaração Universal dos Direitos Humanos (UNITED NATIONS, 1948), foi reiterado
pela Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990). Mais
recentemente, com a Declaração Mundial de Salamanca (UNESCO, 1994), este
direito também foi assegurado para um segmento escolar que, até então, era
pouco considerado: trata-se dos alunos portadores de necessidades educacionais
especiais (PNEE).
No Brasil, um passo importante para
assegurar o direito à educação sem exclusão para os PNEE se deu com a
promulgação da lei n.º 9394/96 – Nova Lei de Diretrizes e Bases Nacional (LDB)
(BRASIL, 1996). Em seu
Artigo 4.º, a LDB determina que deve haver “atendimento
educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais,
preferencialmente na rede regular de ensino”, e, no seu Artigo 58.º,
estabelece, também, que educação especial é “a modalidade de educação escolar,
oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos
portadores de necessidades especiais”.
Nas últimas décadas e mais especificamente a partida Declaração de
Salamanca, em 1994, a
inclusão escolar de crianças com necessidades especiais no ensino regular tem
sido tema de pesquisas e de eventos científicos, abordando-se desde os
pressupostos teóricos político-filosóficos até formas de implementação das
diretrizes estabelecidas na referida declaração. (GOFFREDO, 1992).
É importante ressaltar que crianças
superdotadas em idade pré-escolar constituem um grupo heterogêneo em termos de
interesses, níveis de habilidades, desenvolvimento emocional, social e físico (CLINE;
SCHWARTZ, 1999).
A escola inclusiva parte do princípio de
que todos os alunos podem conviver, aprender e participar da comunidade escolar
e social. As diferenças são respeitadas e a diversidade é uma característica
natural, que fortalece as relações e enriquece as experiências pedagógicas.a
escola tem sido, ao longo dos anos, o espaço responsável pela transmissão de
saberes e construção de conhecimento. Tem tido um papel importante de
disseminação de cultura, troca de experiências e convivência social. Torna-se
um reflexo da sociedade e interage com ela, ao influenciar mudanças de padrões
culturais e promoção de novos paradigmas.
Goffredo (1992) e Manzini (1999) têm alertado para o fato de que a
implantação da educação inclusiva tem encontrado limites e dificuldades, em
virtude da falta de formação dos professores das classes regulares para atender
às necessidades educativas especiais, além de infra-estrutura adequada e
condições materiais para o trabalho pedagógico junto a estes alunos.
Para que os alunos com altas habilidades
realmente sintam-se incluídos é necessário que tenham um atendimento ao nível
dos desenvolvimentos reais que apresentam ou que teriam condições de
acompanhar. Ou melhor, necessitam que hajam professores especializados para as
salas de aulas regulares e/ou atendimento em salas de recursos especializados,
ou ainda, atendidos em um programa de enriquecimento e aprofundamento
curricular, a aceleração de estudos, ou mesmo a combinação desses. (FERREIRA, 2010)
A manifestação de altas
habilidades estãol igados a fatores genéticos
que vem sendo estudada por diversos pesquisadores que buscam encontrar uma
explicação para a existência de pessoas com habilidades acima da média.
Entretanto nada foi comprovado a esse respeito, embora evidências mostrem que
geralmente, ao se detectar uma criança com altas habilidades descobre-se que
alguém da família bem próximo a ela também apresentava características de
superdotado. Isso é um indício de que essas manifestações de altas habilidades
têm ligações com fenômenos de ordem genética.
No meio sócio-educacional há diversos mitos sobre altas habilidades que,
evidentemente, contrapõe-se à realidade desta condição ímpar do aluno como a
grande especulação quanto à terminologia da palavra sobre a diferença entre
termos como talentoso, habilidoso, bem dotado, gênio, prodígio entre outros.
Discussões que reforçam idéias equivocadas são comuns e pedem
esclarecimentos para que as ações não sejam, também, pautadas em convicções
distorcidas e, apesar do interesse de vários profissionais pelo tema para estudo
e trabalho, os mitos persistem e contribuem erroneamente na viabilização de
condições adequadas à sua educação (ALENCAR , FLEITH, 2001).
Apesar de a necessidade de preparação adequada dos agentes educacionais
estarem preconizada na Declaração de Salamanca (Brasil, 1994) e na atual Lei de
Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996) como fator fundamental para a
mudança em direção às escolas integradoras, o que tem acontecido nos cursos de
formação docente, em termos gerais, é a ênfase dada aos aspectos teóricos, com
currículos distanciados da prática pedagógica, não proporcionando, por
conseguinte, a capacitação necessária aos profissionais para o trabalho com
essa diversidade de alunos (GLAT, MAGALHÃES, CARNEIRO, 1998).
Assim sendo, o objetivo da Política Nacional de Educação Especial na
Perspectiva da Educação Inclusiva, diz assegurar a inclusão escolar de alunos
com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades,
orientando os sistemas de ensino para garantir: acesso ao ensino regular, com
participação, aprendizagem e continuidade nos níveis mais elevados do ensino;
transversalidade da modalidade de educação especial desde a educação infantil
até a educação superior; oferta do atendimento educacional especializado;
formação de professores para os atendimentos educacionais especializados e
demais profissionais da educação para a inclusão; participação da família e da
comunidade; acessibilidade arquitetônica nos transportes, nos mobiliários, nas
comunicações e informação; e articulação inter-setorial na implementação das
políticas públicas. (GLAT, MAGALHÃES, CARNEIRO, 1998).
Portanto, profissionais
devidamente sintonizados com a questão e bem preparados para efetuar o
levantamento dos aspectos com dados mais amplos, fazem-se imprescindíveis para
o sucesso de um trabalho educacional direcionado e, devidamente, integrado com
a proposta da escola e as necessidades das famílias, as quais nem sempre
possuem condições sócio-econômicas para favorecer o desenvolvimento das
habilidades potenciais, seja por falta de acesso à informação ou por descrédito
quanto às capacidades das crianças. (BRASIL, 1996)
Aos profissionais da
educação, cabe compreender que é função da Educação Especial comprometer-se com
estas pessoas como um todo, ofertando serviços, capacitando profissionais,
sensibilizando e incentivando-os em manter o olhar, também nas potencialidades,
sendo capazes de criar alternativas viáveis ou discutir ações, todas
desprovidas de falsas concepções.
Eis, ao contrário, algumas
questões preocupantes em relação à integração/inclusão sócio-escolar hoje em
dia: alunos com necessidades especiais que deveriam estar integrados/incluídos
permanecem segregados ou excluídos em muitas regiões deste país; professores de
classes especiais, mal preparados, provocando enormes prejuízos no atendimento
de alunos com altas habilidades/superdotados; ignorância ou descaso quanto ao
fato de que, nem todos os alunos com altas habilidades/superdotados são aptos
para a integração/inclusão escolar regular; pois precisam de atendimento
especializado; a desatenção do Sistema Educacional para com essa área da
educação especial; o grau de atenção/participação da família, aspecto de grande
relevância no tocante às questões de ordem inclusiva, mas que muitas vezes fica
aquém do necessário.
As crianças com
altas habilidades são vistas como bagunceiros pois terminam suas tarefas e
começam a atrapalhar quem esta fazendo pois elas sentem necessidade de algo a
mais, e não podem ficar ociosos.
Altas
Habilidades
Alunos com altas habilidades/superdotados não são sinônimo de modelos de
inteligência ou personalidade por não apresentarem perfis homogêneos, mas
apresentam características distintas nos primeiros cinco anos de vida, tais
como, desenvolvimento físico precoce; aquisição precoce da linguagem;
persistência na busca por informações; maior tempo de manutenção da atenção
concentrada e vigilância; aprendizagem rápida e com instrução mínima;
interesses expressivos em áreas específicas; reações muito intensas frente a
ruídos; alto nível de energia (hipercinésia ou hiperatividade) (WINNER, 1998).
Quanto ao meio acadêmico e fatores sócio-emocionais, destaca ainda
Winner (1998) que a leitura precoce com instrução mínima; grande envolvimento
com números e relações numéricas; memória aguçada para informações verbais e/ou
matemáticas; facilidade quanto ao raciocínio lógico e abstrato; preferência por
amigos mais velhos, compatíveis quanto aos interesses; interesses por problemas
filosóficos, morais, políticos e humanitários; geralmente apresentam
disparidade quanto ao desenvolvimento das áreas intelectual, lingüística,
perceptual e psicomotora.
Devido à diversidade de características apresentadas por estes alunos,
todos os recursos disponíveis devem ser utilizados na sua identificação sem
deixar de observar, inclusive, àqueles que não se enquadram nos padrões
pré-concebidos ou em noções inverídicas sobre o tema (SABATELLA. 1995).
“A tendência a apresentar
dificuldades em seu relacionamento social ocorre, especialmente quando não têm
em seu meio, outras pessoas semelhantes” (SABATELLA, 1995).
Apesar das peculiaridades
quanto à sua vida social em relação à faixa etária, não pode-se presumir que
isso os torne infelizes ou inadaptados, pois elas fazem parte de um todo que
não vão se refletir em sucesso ou insucesso pessoais, acadêmicos e, até mesmo,
profissionais.
Este
conceito atribui aos Portadores de Altas Habilidades um conjunto constante de
características que se mantém estáveis ao longo de suas vidas. Habilidade acima
da média, alta criatividade e um grande envolvimento com as tarefas, ou seja
uma alta motivação. Estes grupos se entrelaçam entre si e precisa haver uma
interseção destes três "anéis" para que se possa afirmar que alguém é
portador de altas habilidades.(NICOLOSO E FREITAS,2002).
Altas habilidades é uma área
muito nova da educação especial no Brasil, mas diversas dificuldades como falta
de recursos governamentais e, até a carência de pesquisas para promover e
disseminar estes conhecimentos a todas as áreas da sociedade, também a falta de
investimentos põe em risco as, poucas, iniciativas em curso e empobrece todo o
processo educacional brasileiro, bem como os avanços tecnológicos e culturais
do país. (SABATELA, 1995).
A educação de alunos com
altas habilidades no Brasil, apesar de diversas dificuldades, tem conseguido
contar com algumas iniciativas importantes, numa tentativa de prestar o devido
atendimento aos alunos e às suas respectivas famílias, através de programas
específicos que contemplem intervenções pedagógicas diferenciadas, considerando
as peculiaridades e as necessidades sócio-educacionais especiais apresentadas
pelos mesmos. Dar condições mais adequadas ao desenvolvimento das habilidades
superiores dos alunos tem atraído uma atenção crescente tanto por parte de autoridades
responsáveis pela política educacional, como de educadores e pesquisadores de
diversas áreas (ALENCAR; FLEITH, 2001).
Portanto, profissionais da
educação mais preparados para levantar aspectos e dados mais amplos sobre seus
alunos é fundamental na elaboração de um trabalho educacional direcionado e
específico quanto à proposta da escola e a necessidade das famílias. (SABATELA, 1995).
Famílias estas que, nem
sempre, têm condições de acompanhar ou favorecer da forma correta e necessária,
o desenvolvimento destas potencialidades, seja por falta de acesso
às informações ou, em função disso, o descrédito frente às reais capacidades
das crianças. Cabe aos profissionais da educação entender que é trabalho da
educação especial comprometer-se com estas pessoas e não somente com suas
dificuldades e/ou limitações, mas ofertando serviços e capacitando os
profissionais, sensibilizando-os e os incentivando à percepção das
potencialidades, para criarem alternativas ou discutir ações desprovidas de
falsas concepções. (SABATELA, 1995).
A distância entre o nível de desenvolvimento real, que se
costuma determina através da solução independente de problemas, e o nível de
desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a
orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (VYGOTSKY,
1995).
Por se tratar de um tema
ainda desconhecido, diversos mitos rondam de forma equivocada os alunos
superdotados o que pode e prejudica as ações dos profissionais de ensino acabam
sendo pautadas em convicções distorcidas. Até mesmo quanto aos termos
talentoso, habilidoso, bem dotado, gênio, prodígio entre outros. Em se tratando
da vida social, as escolhas incomuns dos alunos com altas habilidades e quanto
aos grupos etários ou a diversidade de interesses podem ser entendidas na
medida em que suas aspirações e o desejo de realização sejam respeitados e
cuidadosamente orientados para se evitar a banalização do seu potencial. (Alencar, 1999)
Por sua condição ímpar, é
comum apresentarem dificuldades nos relacionamentos sociais especialmente se
não houver outros na mesma condição no meio em que vivem. Porém, é um erro
constatar que eles sejam infelizes ou inadaptados, pois isto em nada vai lhe
garantir sucesso ou insucesso pessoal, acadêmico ou profissional. Para tanto, a
proposta pedagógica das escolas deve contemplar as diferenças entre seus alunos
para lhes inserir em um contexto social sóbrio para que os alunos não utilizem
sua capacidade de forma destrutiva, pois suas habilidades serão utilizadas de
acordo com os desafios ou condições que fizerem parte do seu quotidiano
acadêmico, familiar ou social. (VYGOTSKY,
1994)
Foi descoberto por
pesquisadores que as crianças academicamente com altas habilidades, podem
apresentar desempenho abaixo da sua capacidade quer seja por falta de desafios
ou para não se sentirem excluídas pelos professores ou seus colegas. Portanto,
a escola que apresenta um programa de incentivo desafiador bem estruturado,
pode fomentar melhoras significativas aos alunos com altas habilidades.
(PIAGET, 1996)
Frente ao apresentado,
pode-se concluir que os estereótipos de óculos, corpo franzino e comportamento
discreto, não condizem com a realidade, pois muitos alunos superdotados podem
apresentar comportamento arredio ou, erroneamente, denominado hiperativo devido
à falta de interesse nos subdesafios que lhes são apresentados. Os professores
e a escola devem estar atentos a todos os sinais apresentados e,
principalmente, preparados para dar todo o suporte e incentivo ao
desenvolvimento das altas habilidades destes alunos para que eles não se sintam
excluídos do contexto social e acadêmico.
(Alencar, 1999)
Com isso a família, o sistema escolar
também é afetado pelo baixo rendimento escolar do aluno e tentará dar as
respostas de diferentes tipos: expulsões da escola, aulas de recuperação e entre
outros. Ao invés disto a escola quanto a família deveriam tentar mudanças que
lhes permitissem responder adequadamente, no sentido de ajudar a criança e
evitar maiores dificuldades, crises e stress. Os pais diante das dificuldades
dos filhos apresentam sentimentos distintos, como confusão, frustração, raiva,
crítica, culpa e intolerância.
O
Papel da família e da escola
Ao pensar sobre o processo de
escolarização de alunos com necessidades educacionais especiais, torna-se
relevante pensar melhor sobre as relações familiares nesse processo, pois suas
ações contribuem de forma decisiva na trajetória escolar do filho.
Enquanto grupo social primário, a família é responsável pela
formação do indivíduo, e as relações estabelecidas nesse contexto, são
determinantes no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social de seus membros,
na forma como convivem e interagem na sociedade, mesmo na idade adulta (GLAT, 2004).
As famílias junto com a escola formam uma equipe. É
primordial que ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma
direção em relação aos objetivos que desejam atingir.
Ressalta-se que mesmo tendo objetivos em comum, cada uma deve fazer sua
parte para que atinja o caminho do sucesso, que visa conduzir crianças e jovens
a um futuro melhor.
O ideal é que família e escola tracem as mesmas metas de forma
simultânea, propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem e de forma que
venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações
que surgem na sociedade. (NICOLOSO, 2002).
Existem diversas contribuições que tanto a família quanto a escola podem
oferecer, propiciando o desenvolvimento pleno respectivamente dos seus filhos e
alunos. (NICOLOSO, 2002).
Hoje o contexto escolar tem se inserido cada vez mais
cedo na vida das crianças. Por isso, é importante que família e escola atuem em
parceria, onde seus papéis fiquem bem delimitados quanto à educação da criança/família/escola. (NICOLOSO, 2002).
Especialistas consideram
uma injustiça educar os filhos da mesma forma, uma vez que cada um é diferente. Quanto à idade certa para se
estabelecer limites para os filhos, outra pergunta bastante comum,
especialistas afirmam que é desde o nascimento. (Alencar, 1999).
È
importante destacar que as famílias de alunos com altas habilidades devem
empregar-se muito esforços no inicio da vida de seus filhos. Nesse período
principalmente as mães devem se envolver “por inteiro” buscando alternativas
para enfrentar as dificuldades que irão surgindo dia a dia, sobretudo precisam
ser persistente durante o período de adaptação escolar de seus filhos,
portanto,“ o sucesso e o ou insucesso dos outros inumeráveis papeis que vamos
exercer ao longo de nossa história dependerão, em grande parte, do sucesso ou
do insucesso de nossas relações dentro do sistema familiar” (BORDIGNON, 2006).
Observa-se a importância do papel da família na
identificação e desenvolvimento das altas habilidades. A família, incentivando
em casa, estimulando as necessidades específicas. “Sem estímulos, uma criança
com altas habilidades vai perdendo aos poucos seu diferencial e termina por se
igualar às demais”, afirma a psicóloga Marsyl Mettrau, presidente da Associação
Brasileira de Altas habilidades.
Foi visto também que, não só
a genética é responsável pela altas habilidades, mas o papel do ambiente é essencial para o
desenvolvimento desses talentos.
É recomendável que cada professor reflita
a respeito do que poderia fazer no sentido de operacionalizar esses objetivos
em sua prática docente, ajudar o aluno a desenvolver ao máximo os seus talentos
e habilidades, fortalecer um autoconceito positivo, propiciando experiências de
sucesso para todos os alunos e fazendo com que o alunos perceba os seus
"pontos fortes" ajudar o aluno a desenvolver bons hábitos de estudo,
incrementar a motivação do aluno, utilizando estratégias diversas para
despertar e alimentar o interesse, e mesmo a expansão dos interesses do aluno,
respeitar o ritmo de aprendizagem do aluno, incrementar um clima de aprendizagem
que faça com que o aluno se sinta valorizado, respeitado e estimulado a dar o
melhor se si, priorizar também a dimensão afetiva (sentimentos e valores) além
de contribuir para o desenvolvimento social do aluno e a educação do caráter.
(RENZULLI, REIS, 2000).
O ambiente motivador para estudos no seio da família é essencial para o
desenvolvimento do talento independente do nível sócio-econômico ou cultural
dos pais. A estimulação dos pais no desenvolvimento dos talentos dos filhos
favorece-lhes a escolha profissional no futuro. A autora acrescenta que educar
é tarefa que exige envolvimento e compromisso. (GUENTHER, 2000)
Os pais devem interagir
com os filhos desde o nascimento, provendo um ambiente de segurança para o
crescimento da criança, oferecendo oportunidades para a aprendizagem,
favorecendo a vivência de uma série de experiência que aumentem a motivação das
crianças, fornecendo materiais pedagógicos e instrução de alto nível e produção
criativa, incluindo boas relações com a escola, oferecendo liberdade emocional
e materiais para jogar e experimentar, estimulando o pensamento criativo das
crianças, adquirindo habilidades pedagógicas para desenvolver os potenciais
gerais e específicos das crianças, começando pelo próprio idioma da criança e pela
cultura familiar e procurando desenvolver sensibilidade para os talentos de
crianças muito pequenas (FREEMAN, 2000, APUD DELOU, 2007).
Com parcerias mais efetivas entre a
escola e a família, as propostas de inclusão poderão ser mais complementadas,
além de exigir-se que haja investimentos e recursos públicos adequados e
consistentes para a educação que buscamos para o atendimento adequado às
pessoas com necessidades especiais! Assim
pode-se dizer que a família é fundamental na vida de uma criança pois a mesma
precisa ser tratada como uma criança normal e não ser tachado como aluno
problema. (FREEMAN,
2000)
CONSIDERAÇOES FINAIS
O conceito de altas
habilidades evoluiu historicamente de uma concepção, limitada a aptidões cognitivas
e avaliação psicométrica para uma compreensão multidimensional. Embora a
literatura especializada não se alicerce em um conceito uniforme existe um
consenso quanto à sua ampliação. Os níveis elevados de cognição e desempenho em
uma área ou mais de conhecimento comuns às várias concepções, também o
reconhecimento da importância para o desenvolvimento do talento.
Embora questões sociais e
emocionais traduzidas na forma de dificuldades de ajustamento escolar dos
alunos com altas habilidades ou com potencial intelectual superior estejam
presentes em todas as discussões que se pretenda abordar, a temática da
educação dos alunos com altas habilidades são alunos que passam por situações
escolares em que não se sentem compreendidos e não se encontram em ambiente
adequado ao desenvolvimento de suas habilidades e potencial superior o que é
uma contradição, a escola é um lugar da construção de conhecimento por
excelência e deveria ser para a excelência escolar.
São alunos que se sentem
pouco apoiados pela escola, desacreditados por seus professores que
desvalorizam as práticas escolares de aprendizagem com esse alunos praticados e
solitários em relação aos seus pais, que no caso das escolas publicas, vivem em
uma longa crise de predominante fracasso escolar, muitas entram em uma espiral
de desapontamento, passando a rejeitar a instituição escola e /ou a duvidar de
suas próprias habilidades e mesmo seu valor como pessoa e muitas lidam com esta
questão com isolamento ou agressividade.
Resolver questões sociais, emocionais
e de ajustamento escolar de alunos com altas habilidades envolve decisões e
ações nos âmbitos da família e da escola de forma integrada e inclusiva.
Integrada porque a família deve encontrar na escola o lugar de construção, de
enriquecimento, de aprofundamento e, quem sabe, de aceleração de saberes e
fazeres ao nível do desenvolvimento real do aluno e inclusiva porque estas
alternativas devem estar previstas no projeto pedagógico da escola disponível
para todos os alunos, apoiados num projeto coletivo de ação continuada que irá,
gradativamente, preparar o professor para trabalhar com uma pedagogia
diferenciada.
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Postado por: E.M.S.Neves
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