A
INDISCIPLINA NA SALA DE AULA
CARVALHO,
Ediléia Ramona Corrêa de Souza, CEGÓVIA, Lucinéia Conceição Braga, FARIAS,
Aline Ferreira da Costa, SOUZA, Marcia Aparecida Corrêa
RESUMO
O problema da indisciplina em
sala de aula em todas as escolas têm sido sem dúvida, uma das maiores
preocupações existentes entre os educadores em todo o Brasil. Pesquisas
pedagógicas têm demonstrado o quanto se perde tempo em sala de aula com
questões de disciplina. O mais importante é descobrir onde e como o problema se
manifesta, para então, se encontrar soluções e tentar amenizar o quanto antes à
situação. Assim, o objetivo deste trabalho é buscar fundamentação teórica sobre
alguns fatores que são responsáveis pela indisciplina em sala de aula de ensino
fundamental. Para que possamos ver a importância de se conhecer os alunos, a
fim de identificar os problemas que causam a indisciplina e de saber demonstrar
autonomia e segurança, a fim de criar meios para que aconteça a interação em
classe, com intermédio de atividades que sejam prazerosas e que contribuam para
identificação desses problemas indisciplinares que vem afetando a escola,
família, a comunidade e a sociedade.
PALAVRAS
CHAVE: indisciplina, prática
pedagógica, valores, família.
ABSTRACT
The
problem of indiscipline in the classroom in all schools have been undoubtedly
one of the biggest concerns exist among educators throughout Brazil.
Pedagogical studies have shown how much time is wasted in the classroom with
discipline issues. The most important thing is to find out where and how the
problem manifests itself, and then, to find solutions and try and ease the
situation as soon as possible. The objective of this work is theoretical look
on some factors that are responsible for indiscipline in the classroom of elementary
school. So we can see the importance of knowing the students in order to
identify problems that cause indiscipline and knowing demonstrate autonomy and
security in order to create a means for the interaction happens in class,
through activities that are pleasurable and contribute to identifying these
problems indisciplinares that has affected the school, family, community and
society.
KEYWORDS: discipline, pedagogical
practices, values, family.
A
INDISCIPLINA NA SALA DE AULA
Nos
últimos tempos, a indisciplina escolar vem inquietando educadores de todo o
país, tornando-se para as instituições de ensino, um enorme desafio permeado de
complexidades.
Na
realidade em que convivemos a herança secular que a humanidade desenvolveu do
individualismo, no qual interesses particulares sobrepõem-se aos coletivos, os
interesses de dominação sobrepõem-se aos de emancipação humana, a escola
tornou-se o pivô da indisciplina, mas, quais fatores estão envolvidos nesta
questão tão complexa que é tratada de forma tão simplória e assistêmica?
E
o que vem a ser especificadamente indisciplina?
A
falta de limites, o desrespeito aos direitos dos outros, incompreensão das
regras de convivência a falta de solidariedade, atitudes que não combinam com
atividades em grupo, e propriamente a educação formal.
Para
Vasconcelos (1993) a causa dessa indisciplina não é somente o que foi citado
acima, ele diz que a indisciplina pode ser classificada em cinco grandes
níveis: Sociedade, Família, Escola, Professor e Aluno.
A
indisciplina do aluno na escola é resultante de muitos fatores e influências
que recaem sobre a criança, ao longo do seu desenvolvimento, na família e no
meio social. Desse modo, a indisciplina do educando não é alheia à escola e a
família, que são as instituições responsáveis pela educação e sua formação.
Para
Aquino (2003), é impossível negar a importância e o impacto que a educação
familiar tem sobre o indivíduo. No entanto, seu poder não é absoluto e
irrestrito. Neste sentido é preciso adaptar a estrutura familiar às novas
circunstâncias e transformar determinadas normas, sem deixar de constituir um
modelo de referencial familiar.
Para
Pires (1999), A família e a escola mudaram de modo significante nos últimos
tempos. Para o autor, a família antes era cúmplice da escola, mas infelizmente
hoje, tem depositado suas funções e delegado suas responsabilidades à ela, e
mesmo assim tem criticado,assim sendo , os alunos vêm a escola com os menos
limites trabalhados e conquistados pela família.
Perante
essa situação ver-se-a uma necessidade de reorganização da família, com base em
atitudes e em valores morais e sociais, pois ela é o primeiro contexto de
socialização que exerce enorme influência no comportamento das crianças.
Buscaglia
(1993) diz que “a família é definida como um sistema social pequeno e
interdependente, dentro do qual podem ser encontrados subsistemas ainda
menores, dependendo do tamanho da família e das definições de papéis”.
Havendo
a preocupação, com a falta de disciplina em sala de aula, as influências externas
para com a conduta do aluno dentro da sua organização formal, busca-se
encontrar meios para diminuir os crescentes índices de conflito no ambiente
escolar.
Nas
principais indisciplinas vêm à mente as idéias de limites (frustração,
interdição, proibição), objetos concretos (finalidades, sentido com limite
colocado). A crise da indisciplina escolar esta associada juntamente à crise de
objetivos e limites vivenciados, onde o aluno traz para a aula os valores e
atitudes que foi aprendendo, onde pode ser um reflexo da ausência de condições
para uma adequada educação familiar.
A
indisciplina do aluno na escola é resultante dos elementos psíquicos inseridos
no ego; é caracterizada pela personalidade e eliminada pelas experiências na
família, nas relações sociais e no contexto histórico de sua vida.
Esses
problemas podem ser extrínsecos à aula, tais como: problemas familiares,
inserção social ou escolar, excessiva proteção dos pais, carências sociais e
forte influência de ídolos violentos e afetivos. Outro fator importante é a
questão da disciplina muitas vezes, não ser exigida dentro em determinadas
famílias. O comportamento de alguns pais muitas das vezes tem deixado a desejar
na educação dos filhos, que por sua vez acabam por tornar rebeldes, chegando a
ter atropelos entre os amigos na escola.
Um
comportamento indisciplinado é qualquer ato ou omissão que contraria alguns
princípios do regulamento interno, ou regras básicas estabelecidas pela escola,
pelo professor ou comunidade. Porém esse fato não é suficiente para se dizer
que alunos que possuem esse comportamento indisciplinar, não terá sucesso na
vida.
A
própria constituição física ou intelectual do aluno pode provocar
comportamentos indisciplinados. A imaturidade, a desatenção, a incapacidade de
fixação, o baixo rendimento, repressões a incapacidade nos sistemas de
distúrbios mais profundos (quer fisiológicos, quer emocionais).
Segundo
AQUINO (1996) há cinco regras éticas no trabalho do docente. A primeira é que o
professor não é responsável pela solução de todos os problemas de indisciplina
em sala de aula, mas de haver uma tentativa em buscar caminhos, para tentar
diminuir o fato.
A
segunda regra é a ética, refere-se o dês-idealização do perfil de aluno. Ou
seja, abandonemos a imagem do aluno ideal, de como ele deveria ser quais
hábitos deveria ter, e conjuguemos nosso material humano e concreto.
A
terceira regra implica a fidelidade ao contato pedagógico. É obrigatório que
não abramos mão sob hipótese alguma, do que escapa de nossa ação, do objeto de
nosso trabalho, que é apenas um: o conhecimento. É importante que tenhamos
clareza de nossa tarefa em sala de aula para que o aluno possa ter clareza
também da parte dele.
A
quarta regra é a experimentação de novas estratégias de trabalho, precisamos
tomar o nosso oficio como um campo privilegiado de aprendizagem, de
investigação de novas possibilidades de atuação profissional.
A
ultima regra, ainda segundo AQUINO (1996), é a competência e o prazer como
compromissos básicos que devem presidir a ação docente em sala de aula, e com
qual encerramos nosso percurso, á idéia de que dois são valores básicos que
subdividi nossa ação em sala de aula: a competência e o prazer.
Assim,
no momento que a indisciplina interioriza para a sala de aula, são muitos
fatores que a mesma gera: o desinteresse do aluno, inquietação, incapacidade de
prestar atenção, que na maioria das vezes impedem as crianças de aprender.
Quando
as famílias acompanham o seu filho de perto os resultados de ensino e
aprendizagem, tem resultados positivos, diante de tal postura à criança se
encontra mais motivada em estudar e pesquisar algo que lhe interesse.
CONCLUSÃO
Entende-se,
então que o problema da indisciplina é tarefa de todos: sociedade, família,
escola, professor e aluno. Porém não podemos ser ingênuos, pois embora a tarefa
seja de todos nem sempre isto acontece, temos visto, nem todos estão
interessados em resolver o problema. Uma das atitudes a serem tomadas é
tentarmos fazer apenas nossa parte, somados com os aliados da luta e vamos, ao
mesmo tempo, cobrando que outro faça a parte dele.
Todavia,
vivendo esse processo de mudança, e que cada segmento assuma suas
responsabilidades especificas, é evidentemente diferente e exija que outros
também assumam suas respectivas responsabilidades, enquanto todos se
comprometam com a mudança das estruturas que estão por trás desse problema que
vem sendo pauta de tanta discussão, e vem tirando o sono de muitos
profissionais da educação.
È
por essas e outras que nós quanto educadores que somos devemos encontrar em
nossa ação pedagógica o resgate e o prazer dos valores familiares, sociais,
humanos de interação com o outro, como o crescer individual e coletivo.
Encontrando assim o verdadeiro caminho do aprender transformador.
Assim,
para finalizar esse tema tão complicado, percebemos que a família deve ser um
dos núcleos fundamentais na formação dos seres para o convívio social e tem um
papel que só a ela cabe: que é introduzir as primeiras lições de cidadania e de
respeito ao próximo, além de demonstrar exemplos de condutas adequadas.
São
esses valores éticos anteriores à etapa de escolarização da criança, que
permitirão que ela se torne capaz de conviver harmonicamente com outras
pessoas, obedecendo aos próprios princípios da responsabilidade, solidariedade,
reconhecimento dos direitos dos outros e compreensão de regras comuns. Se a
família não fornece esses valores, fica a cargo da escola, mas especificamente
do professor, assumir tal responsabilidade.
Problemas
familiares de fato influenciam no comportamento do aluno em sala de aula, e em
muitos casos os próprios pais são os responsáveis, por darem a estes alunos
excessiva proteção, existem fatos também relacionados carências sociais;
influências recebidas de pessoas erradas; desmotivação dos alunos para todas as
matérias postas em sala de aula; envolvimento com drogas; métodos de ensino
tradicionais fixação, agressividade, desafio a autoridade do professor e falta
de capacidade de alguns professores controlarem a turma.
É por isso que a família e escola não podem andar separadamente, nem pouco
trabalharem com objetivos contrários, se cada parte dentro de suas
possibilidades e limitações, teremos alunos cada dia mais disciplinado. Entra
aí os pais pela família e os professores defendendo as escolas e sua profissão.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
______. Indisciplina na
Escola: alternativas teóricas e práticas. 2. ed. São Paulo: Sammuns, 1996.
AQUINO, J. G.
Indisciplina: o contraponto das escolas democráticas. São Paulo: Moderna, 2003.
BUSCAGLIA, L. Vivendo,
amando e aprendendo. 15. Ed. Rio de Janeiro: Record, 1993.
PIRES, Dorotéia Baduy.
Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de aula e
na escola. Educação & Sociedade, ano XX, nº 66, Abril/99.
Revista gestão em rede. Maio 2004 n° 53.
VASCONCELLOS, Celso dos
Santos. Disciplina: construção da disciplina consciente e interativa em sala de
aula e na escola. São Paulo: Libertad, 1993.
Postado por: E.M.S.Neves
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